quarta-feira, 13 de maio de 2020

Língua Portuguesa (11 a 15/05) - 8º A e B (Prof. Getúlio)


"Com organização e tempo, acha-se o segredo de fazer tudo e bem feito"
Pitágoras

Objeto de Conhecimento: Sociedade Conscientizada
Prática de Linguagem: Leitura

Habilidade: EF69LP14 –Analisar tema ou questão polêmica, explicações ou argumentações em textos de relevância social.
Metodologia: De acordo com as aulas de Língua Portuguesa do Centro de Mídias, referente à semana do dia 08/05, foi abordado o assunto relacionado à uma Sociedade Conscientizada. Se necessário, assista a aula novamente e faça uma leitura atenta para responder às atividades.

Observação: Os exercícios deverão ser realizados no caderno de Língua Portuguesa, você deverá colocar apenas as respostas.


1. Leia os textos 1 e 2 para realizar as atividades abaixo.
  
Texto 1
CALÚNIA:

CALÚNIA:

Afirmar que a vítima praticou ato criminoso em perfis de redes sociais e grupos de mensagens.
DIFAMAÇÃO:
Postar em páginas de redes sociais e grupos de mensagens informações que atinjam a honra da vítima
INJÚRIA:
Qualquer opinião pessoal de uma pessoa em relação à outra que seja depreciativa em redes sociais.
AMEAÇA:
Receber qualquer tipo de ameaça via mensagem inbox ou mensagens de texto via celular.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL:
Tentar obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa em meio virtual, por exemplo, ameaçar uma pessoa para que ela ligue a webcam.
FALSA IDENTIDADE:
Utilização de perfis falsos para entrar em sites de relacionamento ou usar a foto de um desafeto para criar perfil falso.
PERTURBAR A TRANQUILIDADE:
O envio de mensagens incômodas ou insistentes.

Texto 2
Suicídio digital
Marcos R. Ferreira
Andar pelas ruas, pegar o ônibus, fazer compras, ir ao cinema. Qualquer atividade cotidiana inclui o uso do celular, em alguns casos quase como uma extensão do próprio corpo. Nenhuma dessas atividades, aparentemente simples, está imune à existência dele. Imersas em um mundo quase utópico, caminham as pessoas, comprometidas com uma realidade que aparenta não dialogar de forma explícita com as relações de convívio humanas.
Mas o que caracterizaria, então, as tais relações citadas? Muitas pessoas discorrem sobre a solidão que sentem, mesmo estando cercadas de pessoas em suas redes, compartilhando cada passo realizado durante o dia. Compartilhar virou sinônimo de estar presente, de encarar um personagem virtual que deveria ser um simulacro daquilo que se é na realidade.
Fotos selecionadas no Instagram, feitas com o auxílio dos mais potentes filtros; discursos de ódio, construídos a partir de uma ignorância meticulosamente encorajada pelos donos do poder instituído, no Facebook; frases racistas e homofóbicas destiladas no Twitter; fake news distribuídas como verdades absolutas pelo WhatsApp... Perfis falsos criados especialmente para atrair pretendentes no Tinder...
Tudo isso, e a percepção sobre tais coisas, têm encorajado um número cada vez maior de pessoas a cometerem o chamado suicídio digital, ou seja, um procedimento que possibilita desaparecer do mundo virtual. É possível apagar as contas das redes sociais e também solicitar aos mecanismos de busca e pesquisa, como o Google, por exemplo, que os dados que possibilitam rastrear as trajetórias no universo online do interessado sejam efetivamente deletados. Tentar retomar a realidade e efetivamente viver, sem filtros. Decisão complicada quando nosso dia é tomado pela participação efetiva em redes sociais, compartilhando sonhos, ideias e perfis falsos, tentando acreditar que somos aquilo que gostamos de teclar.
Poucas pessoas relacionam-se com as redes sociais sem serem tragadas para um universo digital paralelo. O sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Baumann, em seu livro “A modernidade líquida”, trata da ideia do sujeito líquido, ou seja, aquele em que inúmeras identidades se manifestam em momentos diferentes. Esse conceito se aplica perfeitamente à construção de uma identidade fragmentada que podemos observar nas pessoas que são usuárias de várias redes sociais. É relativamente simples viver uma fantasia de poder e empoderamento através da navegação online.
Decidir então, por afastar-se desse universo torna-se muito difícil, principalmente para a geração dos denominados nativos digitais, que possuem uma relação muito mais imbricada ao uso das ferramentas tecnológicas. Libertar-se, portanto, de uma vida regrada por uma dependência à participação em um mundo virtual significa amadurecer a ideia de conviver de forma mais simples, mais humana.
Obviamente não significa distanciar-se da tecnologia ou algo nesse sentido, mas deixar de expor publicamente suas escolhas e sua vida como algo natural. Claro que se a vida da pessoa se baseia 100% em articulações presentes no mundo digital, é preciso verificar as consequências que um sumiço das redes pode proporcionar.
Ter milhares de amigos nas redes sociais e ninguém para conversar pessoalmente, em um barzinho, ou mesmo em casa. Coisa de gente velha? Coisa obsoleta já que é possível trocar impressões via redes digitais? Pode ser... Ou não... Retomando a ideia de identidade fragmentada, somos seres múltiplos, mas a identidade de cada um é particular e única. Criar no meio digital uma ilusão a respeito do que somos, em algum momento, nos colocará em situações difíceis de resolver. Além disso, ao associar-se a uma rede qualquer, nossa privacidade deixa de existir, e podemos ser expostos a qualquer momento a toda sorte de situações.
Nesse caso, cometer o chamado suicídio digital pode ser uma outra saída para tentar ter uma vida real, mais saudável e verdadeiramente próxima de nossa família e amigos.
Vocabulário:
Utópico: fantasia, sonho.
Simulacro: aparência, coisa que vagamente se assemelha a outra ou a traz à ideia. Nativos digitais: são as pessoas que nasceram e cresceram com as tecnologias digitais presentes em nossa vivência. Tecnologias como videogames, internet, telefone celular, etc.

Exercícios

1 - No trecho “Andar pelas ruas, pegar o ônibus, fazer compras, ir ao cinema. Qualquer atividade cotidiana inclui o uso do celular, em alguns casos quase como uma extensão do próprio corpo. Nenhuma dessas atividades, aparentemente simples, está imune à existência dele”, a palavra destacada refere-se a:
a) ônibus.
b) cinema.
c) celular.
d) corpo.


2 - No trecho “Coisa obsoleta...” a palavra grifada tem o sentido de:
a) inútil.
b) nova.
c) ultrapassada.
d) contemporânea.


3 - Segundo o autor, o “suicídio digital” é definido como:
a) a tentativa de retomar a realidade sem compartilhar ideias e perfis falsos.
b) um procedimento que possibilita desaparecer do mundo virtual.
c) a possibilidade de rastrear as trajetórias no universo online.
d) a possibilidade de apagar as contas das redes sociais.

4 - Segundo o autor, é possível criar perfis falsos para atrair pessoas nas redes sociais. Quais cuidados você considera que sejam necessários para se proteger no ambiente virtual?

5 - Vivemos em uma era em que é possível verificar a disseminação de fake news. Que dicas você daria para o usuário identificá-las nas redes sociais?

6 - Escreva a relação existente entre o texto 1 e 2, sobre a possibilidade de apagar as contas das redes sociais.

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